Eu nunca serei capaz de compreender a dor da violência contra a mulher. Por ser homem, acredito que não sairei na rua com medo de assédio ou entrarei em casa com medo de apanhar. Mas ainda que eu não sinta na pele, tenho a obrigação de manter os olhos abertos para um tema tão triste e recorrente em nossa realidade.
Apesar de ser um crime e uma grave violação de direitos humanos, a violência contra as mulheres segue vitimando milhares de brasileiras. 43% delas sofrem agressões diariamente. Para 35%, a agressão é semanal. Esses dados foram revelados no Balanço dos atendimentos realizados em 2014 pela Central de Atendimento à Mulher
Os dados assustam mas parecem fazer parte de uma rotina cada vez mais aceita por todos. Em 2014, do total de 52.957 denúncias de violência contra a mulher, 27.369 corresponderam a denúncias de violência física (51,68%), 16.846 de violência psicológica (31,81%), 5.126 de violência moral (9,68%), 1.028 de violência patrimonial (1,94%), 1.517 de violência sexual (2,86%), 931 de cárcere privado (1,76%) e 140 envolvendo tráfico (0,26%).
Entre 1980 e 2010 foram assassinadas mais de 92 mil mulheres no Brasil, 43,7 mil somente na última década. Segundo o Mapa da Violência 2012 divulgado pelo Instituto Sangari, o número de mortes nesse período passou de 1.353 para 4.465, que representa um aumento de 230%. Já o Mapa da Violência 2013: Homicídios e Juventude no Brasil revela que, de 2001 a 2011, o índice de homicídios de mulheres aumentou 17,2%, com a morte de mais de 48 mil brasileiras nesse período. Só em 2011 mais de 4,5 mil mulheres foram assassinadas no país.
No Espírito Santo, uma mulher é agredida a cada cinco horas. Até quando veremos vítimas estampadas nos jornais, mães de família sendo agredidas ou adolescentes correndo risco de estupro?! Quantas mulheres precisarão morrer para que tenhamos consciência da gravidade desta situação. Isso precisa ser discutido hoje, amanhã e sempre. Até que alguma solução seja encontrada.
Não vamos fechar os ouvidos para os gritos de socorro que ficam escondidos atrás do medo de pedir ajuda. Denuncie!
Data de Publicação: terça-feira, 03 de novembro de 2015
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